O corpo é um instrumento de sensações boas e ruins, nossas experiências
são refletidas num ponto de tensão relaxamento, dores ou bloqueios. Com ele nos
comunicamos com o que está ao nosso redor, sentimos na pele o vento, o sol, o
frio. Tencionamos os ombros ou maxilar num momento de tensão, curvamos a coluna
ao nos sentirmos derrotados, levantamos a cabeça para termos forças ou a
encaixamos em direção ao horizonte quando temos um objetivo. Todo esse processo
funciona de forma harmônica com o sentir/ressentir, meu corpo reage de acordo
com as emoções.
Meu convite dentro do circulo do
yin é a improvisação dentro da dança,
perceber esse corpo interno e externo no momento presente, induzi-lo a novos
movimentos dentro do contesto das estórias contadas se sentindo parte delas,
algum elemento um dos personagens ou todos juntos.
Sentir o seu corpo apropriando se das suas formas, dos seus
bloqueios, tensões e limitações, acolhendo todo esse repertório em movimentos
amplos ou contidos, rápidos ou lentos dentro de uma percepção só sua, não para
ser analisada, apenas sentida.
Essa é uma vertente da dança, um caminho mais pessoal onde podemos nos
espelhar no outro, mas a alquimia do que eu faço com os movimentos assimilados
é única, essa dança pode nascer densa, pesada, leve ou experimental o que
realmente importa é a apropriação do seu corpo, físico, sanguíneo, que pulsa e
trabalha harmoniosamente obedecendo a todos os seus comandos diários.
Mariana Romano.