domingo, 16 de fevereiro de 2014

Canto dos espíritos sobre as águas

"A alma do homem
é como a água:
do céu vem,
ao céu sobe, dele de novo tem
que descer a terra
em sua mudança eterna.
Corre do alto
rochedo a pino
o veio puro,
então em belo
pó de ondas de névoa
desce à rocha lisa,
e acolhido de manso
vai, tudo velando,
em baixo murmúrio,
lá para as profundas.
Erguem-se penhascos
de encontro à queda.
Vai espumando em raiva
degrau em degrau
para o abismo.
No leito baixo
desliza ao longo do vale relvado,
e no lago manso
passem o rosto
os astros todos.
Vento é da vaga
o belo amante;
vento mistura do fundo ao cimo
ondas espumantes.
Alma do homem,
és como água.
Destino do homem
és como o vento."

Goethe



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